Tipos de comércio electrónico
De uma forma generalista, quando pensamos em comércio electrónico, pensamos numa transacção comercial entre um fornecedor e um cliente a decorrer na Internet. No entanto, embora certa esta ideia, podemos ser mais específicos e dividir o comércio em quatro grandes tipos, com características distintas entre si.
Assim sendo, existem quatro tipos básicos de comércio electrónico:
- Business-to-Business (B2B);
- Business-to-Consumer (B2C);
- Business-to-Administration (B2A);
- Consumer-to-Administration (C2A).
Business-to-Business (B2B)
O comércio Business-to-Business (B2B) engloba todas as transacções electrónicas bens ou serviços efectuadas entre empresas. Neste tipo de comércio electrónico actuam normalmente os produtores e grossistas no comércio tradicional.
Business-to-Consumer (B2C)
O tipo de comércio electrónico Business-to-Consumer distingue-se pelo estabelecimento de relações comerciais electrónicas entre as empresas e os consumidores finais. Corresponde à secção de retalho do comércio electrónico, onde operam normalmente os retalhistas no comércio tradicional.
Este tipo de relações pode ser mais dinâmico e mais fácil, mas também mais esporádico ou descontinuado. Este tipo de comércio tem-se desenvolvido bastante devido ao advento da web, existindo já várias lojas virtuais e centros comerciais na Internet que comercializam todo o tipo de bens de consumo, tais como computadores, software, livros, CDs, automóveis, produtos alimentares, produtos financeiros, publicações digitais, etc..
Quando comparado com uma situação de compra a retalho no comércio tradicional, o consumidor tem normalmente mais informação disponível na forma de conteúdos informativos e existe a ideia generalizada de que compra mais barato, sem prejuízo de obter, muitas vezes, um atendimento igualmente personalizado e de assegurar a rapidez na concretização do seu pedido.
Business-to-Administration (B2A)
Esta parte do comércio electrónico engloba todas as transacções realizadas on-line entre as empresas e a Administração Pública. Esta é uma área que envolve uma grande quantidade e diversidade de serviços, designadamente nas áreas fiscal, da segurança social, do emprego, dos registos e notariado, etc. O tipo de serviços tem vindo a aumentar consideravelmente nos últimos anos com os investimentos feitos em e-government (Governo Electrónico).
Exemplos:
- Portal Compras.gov.pt
O Portal das Compras Públicas pretende ser uma ferramenta para todos os intervenientes no mercado de compras públicas: os compradores (a Administração Pública) e os fornecedores. Disponibiliza um conjunto de serviços e informações de relevo ao nível das compras públicas, mantendo todos os intervenientes informados sobre as iniciativas e projectos em curso.
- Declarações Electrónicas
Este serviço foi criado para facilitar o relacionamento dos Utilizadores com a Direcção-Geral dos Impostos (DGCI).
Consumer-to-Administration (C2A)
O modelo Consumer-to-Administration engloba todas as transacções electrónicas efectuadas entre os indivíduos e a Administração Pública.
Exemplos de aplicações:
- Educação - divulgação de informação, formação à distância, etc. Ex.: e-U (universidade electrónica).
- Segurança social - através da divulgação de informação, realização de pagamentos, etc.
- Impostos - entrega das declarações, pagamentos, etc.
- Saúde - marcação de consultas, informação sobre doenças, pagamento de serviços de saúde, etc.
Ambos os modelos que envolvem a Administração Pública (B2A e C2A) estão fortemente associados à ideia da eficiência e facilidade de uso dos serviços prestados aos cidadãos pelo Estado com apoio nas tecnologias da informação e comunicação.
Vantagens do comércio electrónico
A principal vantagem do comércio electrónico é a sua capacidade atingir um mercado à escala global, sem que isso implique, necessariamente, um grande esforço financeiro. Os limites deste tipo de comércio não são definidos geograficamente, o que permite aos consumidores proceder a uma escolha global, obter a informação necessária e comparar as ofertas de todos os potenciais fornecedores, independentemente das suas localizações.
Ao permitir a interacção directa com o consumidor final, o comércio electrónico permite diminuir o comprimento da cadeia de distribuição dos produtos, ou mesmo, por vezes, eliminá-la completamente. Cria-se desta forma um canal directo entre o produtor ou prestador de serviços e o consumidor final, permitindo oferecer produtos e serviços que se adeqúem às preferências individuais do mercado-alvo.
O comércio electrónico permite aos fornecedores estarem mais próximos dos seus clientes, traduzindo-se em ganhos de produtividade e competitividade para as empresas; como consequência, o consumidor sai beneficiado com a melhoria na qualidade do serviço, resultante da maior proximidade e de um suporte pré e pós-venda mais eficiente. Com as novas formas de comércio electrónico, os consumidores passam a dispor de lojas virtuais abertas 24 horas por dia.
A redução de custos é outra das vantagens muito importantes, normalmente associada ao comércio electrónico. Quanto mais trivial for um determinado processo comercial, maior será a probabilidade do seu êxito, resultando numa significativa redução dos custos de transacção e, logicamente, dos preços praticados aos clientes.
Desvantagens do comércio electrónico
As principais desvantagens associadas ao comércio electrónico são as seguintes:
- Forte dependência das tecnologias da informação e da comunicação (TIC);
- Insuficiência de legislação que regule adequadamente as novas actividades do comércio electrónico, quer ao nível nacional, quer ao nível internacional;
- Cultura de mercado avessa às formas electrónicas de comércio (os clientes não poderem tocar ou experimentar os produtos);
- A perda de privacidade dos utilizadores, a perda de identidade cultural e económica das regiões e países;
- Insegurança na realização das transacções comerciais
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